quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Construção da Cidadania no Brasil

    O ano de 1930 foi um divisor de águas na história do Brasil, porque foi a partir desta data que houve uma aceleração nas mudanças sociais e políticas e a mudança mais espetacular foi o avanço dos direitos sociais. Uma das primeiras medidas do governo revolucionário foi de criar um ministério do trabalho, indústria e comércio, depois teve uma vasta legislação trabalhista e previdenciária, que foi completada em 1943 e depois consolidada nas leis do trabalho. Os direitos políticos tiveram uma evolução mais complexa, porque o Brasil entrou em fase de instabilidade, de alternância de ditaduras e regimes democráticos, mas essa fase durou até o ano 1934 quando a assembleia constituinte votou nova constituição e elegeu Getúlio Vargas para presidente. No ano de 1937 aconteceu o golpe de Vargas que foi apoiado pelos militares foi um período ditatorial que durou até 1945, esse golpe de 1937 foi quando permitia a permanência de Getúlio Vargas na presidência, eliminando as eleições que estavam marcadas para o ano seguinte que foi o ano de 1938, onde foi instituída uma nova constituição para o Brasil e onde Vargas governaria sem limite de mandato, o golpe ficou conhecido como Estado Novo. 
   Os direitos civis progrediram lentamente, mas continuou precária para a maioria dos cidadãos, porque muitos desses direitos foram suspensos que foi a liberdade de expressão do pensamento e de organização. Houve um progresso na formação de uma identidade nacional quando surgiram os momentos da real participação popular. Um exemplo foi o caso do movimento de 1930 e das campanhas nacionalistas da década de 50 na defesa do monopólio estatal do petróleo. Na área da educação houve uma tentativa de reforma, tendo como influência maior vinda dos EUA, com o filósofo John Dewey, o ensino deveria ser mais técnico e menos acadêmico. Mas tinha um lado democrático porque apontava a educação como direito de todos, mas num país de analfabetos essa pregação apontava para um problema central na formação dos cidadãos. Nesse período de 1930 a 1937 o Brasil viveu uma fase de grande agitação política, teve uma maior ampliação de organização dos movimentos políticos essa mobilização envolveu vários grupos sociais: operários, classe média, militares, oligarquias, industriais, multiplicaram os sindicatos e outras associações da classe, e surgiram vários partidos políticos. Houve um avanço na cidadania política, pela primeira vez na história as mulheres ganharam o direito ao voto. 
   Getúlio Vargas pregava o desenvolvimento econômico, o crescimento industrial, a construção de estradas de ferro, o fortalecimento das forças armadas e da defesa nacional. O nacionalismo econômico do Estado Novo só fez crescer. As consolidações das leis do trabalho CLT foi introduzida em pleno Estado Novo e permanece em vigor até hoje com poucas modificações. O ano de 1930 a 1945 foi o grande momento da legislação social. O ministério do trabalho, indústria e comércio foi criado em 1930, em 1931 foi criado o departamento nacional do trabalho, oito horas no comércio e na indústria, foi regulamentado o trabalho feminino, proibindo o trabalho noturno para mulheres e estabelecendo o salário igual para homens e mulheres. O trabalho de menores só foi regulado em 1932. Em 1932 foi criado a carteira de trabalho, documento de identidade do trabalhador, 1933 e 1934 os direitos de férias, determinou a criação de 1 salário mínimo. Em 1933 foi criado o instituto de aposentadoria e pensão. E no decorrer da história vão se construindo vários outros direitos. 

CARVALHO, José Murilo de. Cidadania no Brasil: o longo caminho. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002. 
Comentário:

Importante o avanço dos direitos sociais, pois possibilitou a participação do indivíduo no governo da sociedade, incluindo o direito à educação, ao trabalho, ao salário justo, à saúde, à aposentadoria. Dos direitos fundamentais quanto à liberdade, e a igualdade perante a lei, promovendo a cidadania, tornando as pessoas cidadãs à medida que essas passam a se sentir parte de uma nação e Estado. Necessário que cada cidadão compreenda-se dos seus direitos, e sempre se firmem na busca da sua garantia, já que são constituídas em leis.




sexta-feira, 13 de outubro de 2017

MOVIMENTOS SOCIAIS


"É durante a luta pela cidadania que se formam os cidadãos. Os movimentos sociais foram - e são - fundamentais na tarefa de exigir do Estado o reconhecimento dos direitos que compõem a cidadania e para que os próprios cidadãos discutam entre si quais devem ser esses direitos.Chamamos de movimentos social um grupo de pessoas que atua conjuntamente para transformar algum aspecto da sociedade. Os movimentos sociais são diferentes dos partidos políticos porque não procuram, necessariamente, conquistar o controle do Estado. Em outras épocas, os movimentos sociais atuaram de modo diferente. No dizer do sociólogo norte-americano Charles Tilly, em cada época os movimentos sociais têm um "repertório", um conjunto de práticas utilizadas para reivindicar. No mundo contemporâneo, esse repertório inclui, entre outros recursos, campanhas na internet, protestos, passeatas e outras formas de atuação política independente da disputa pelo Estado.
Embora não tenham como foco principal o Estado, os movimentos sociais exercem influência sobre ele porque muitas vezes as campanhas e protestos que organizam afetam as opiniões dos eleitores, o que faz com que os políticos passem a levá-los em conta."

BIBLIOGRAFIA:
MACHADO, Igor José de Renó; AMORIM, Henrique; BARROS. Celso Rocha. Sociologia hoje. Ed. Ática. São Paulo, 2015.


ALGUNS MOVIMENTOS SOCIAIS PELO BRASIL






Movimento de junho de 2013




Movimento feminista
 






Movimento Sem Terra



Movimento LGBT

Comentário: Os movimentos sociais buscam confrontar o Estado afim de garantir aos cidadãos direitos para uma vida com mais segurança. O movimento social possui um propósito de luta que fundamenta e justifica todas suas ações. Após conseguir seu objetivo o movimento acaba. Muitos integrantes que faziam parte desse movimento migram para outros movimentos e começam a lutar por outras causas. Os movimentos sociais em sua maioria possuem objetivos próprios, porém, alguns movimentos sociais se fortalecem ao receber apoio de outros movimentos sociais podendo possuir ou não similaridade em suas lutas. Então, constitui aqui as redes de ação que reúne diversos movimentos sociais que se apoiam e se sustentam através da luta e do confronto gerado diante o Estado.

Para finalizarmos o assunto, segue abaixo um link que dará acesso a um slide usado em algumas aulas de sociologia contendo algumas informações que poderão complementar o conhecimento a respeito dos movimentos sociais.

De olho no futuro - ENEM.

O grupo do PIBID - Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência- composto por estudantes do curso de licenciatura em Ciências Sociais  realizou no Colégio Estadual Doutor José Balduíno de Souza Décio diversas apresentações sobre o funcionamento do Enem e como são estabelecidas as formas de ingresso na faculdade. Desse modo, foi realizado um levantamento no município de Formosa-GO visando trazer a maior quantidade de informações possíveis aos alunos a respeito das universidades, cursos superiores e cursos técnicos que são fornecidos na cidade. Além disso, foi apresentado como os alunos podem ingressar nesses cursos podendo ser através do aproveitamento da nota do Enem ou até mesmo por vestibulares realizados pelas instituições.





O objetivo com essas apresentações é poder mostrar aos estudantes que é possível ter acesso a um curso superior, é possível continuar estudando, é possível pensar em uma vida melhor, é possível sonhar e realizar seus sonhos. Assim, nós do grupo do PIBID torcemos para que vocês (alunos) possam fazer uma ótima prova e que consigam alcançar suas metas de vida.

No link abaixo você pode ter acesso ao material que foi apresentado aos alunos.
Slide de apresentação


quarta-feira, 4 de outubro de 2017


Para entender melhor as desigualdades sociais






Desigualdades sociais no Brasil

O Brasil até 1930 era predominantemente agrário, grande parte da população vivia no campo e  o setor industrial ainda era incipiente. Na era Vargas (1930-1945), o Estado criou condições para o Brasil se industrializar. Criou leis trabalhistas, subsidiou a economia, investiu em infraestrutura, além de inaugurar a indústria de base fundamental ao crescimento do país, como as siderúrgicas, a energia elétrica, etc. foram feitos também investimentos em indústrias voltadas a produção de máquinas e equipamentos. O Brasil então estava deixando de ser um país rural para se tornar um país urbano e industrial. A política econômica do país foi eficaz em termos de crescimento, contudo não se preocupou em gerar distribuição de renda. O Brasil ficou mais rico, mas isso não significou a diminuição do número de pobres, pois contrariamente, a população do campo chegava às cidades e, por falta de oportunidades, se concentrava em favelas nas cidades, vivendo em condições muito precárias. Nas décadas de 1950 e 1960, os problemas se tornaram evidentes e sociólogos começaram a pensar soluções para diminuir as desigualdades no Brasil. A CEPAL (Comissão Econômica para América Latina) que fora instituída pela ONU para alterar o quadro de miserabilidade e desigualdade existente no subcontinente, considerava que o crescimento econômico deveria ser combinado com políticas distributivas e reformas sociais, pois isso permitiria às populações mais pobres terem acesso a alimentação, vestuário, moradia, educação e lazer. João Goulart que se empenhava em diminuir as desigualdades por meio de reformas de base (reforma agrária, urbana, eleitoral, tributária) a fim de melhorar as condições de vida dos pobres, não agradava as classes altas. Estas classes unidas aos militares prepararam o golpe militar ocorrido em 31 de março de 1964.A política econômica do país voltou a ser concentracionista depois do golpe e as desigualdades aumentaram ainda mais. Na ditadura militar o Brasil passou por um período conhecido como milagre econômico (1969-1973), mas os benefícios desse crescimento não foram expressos em melhorias sociais. O trabalhador teve perdas salariais do inicio para o final da década de 1970, passou de 103 para 147 o total de horas trabalhadas necessárias para comprar a alimentação básica. O estado não estava aplicando as grandes arrecadações de impostos em saúde, educação, habitação e segurança, por exemplo. Os militares acreditavam que era primeiro necessário acumular para depois dividir, contudo essa tese foi por água abaixo quando nos anos 1980 o país entrou numa grande crise e a chance de diminuir as desigualdades havia passado, pois os recursos para investir acabaram. O governo Sarney nos anos 1980 promoveu um discurso pelo social, contudo não foi isto que se viu.  Pode-se resumir que o Brasil sempre teve dificuldades em promover distribuição de renda, em fazer investimentos nos serviços básicos da população. Nos anos 1990 a renda da população aumentou, mas a desigualdade não diminuiu. O acréscimo na renda dos mais pobres entre 94 e 98 (primeiro governo FHC) foi de 24% enquanto o acréscimo de renda dos mais ricos no mesmo período foi de 37%. O Brasil é o país mais rico da América latina, mas em 1998 era o mais desigual. O Governo Lula iniciou pela primeira vez uma política distributiva no país.
BIBLIOGRAFIA:
GIDDENS, Anthony. Sociologia.  Ed. Artmed. Porto Alegre, 2004.
TOMAZI, Nelson Dácio. Sociologia para o ensino médio. Ed. Atual. São Paulo, 2007.




Comentário:

No contexto onde estamos inseridos, observa-se que há diferenças entre as pessoas, estas diferenças são caraterizadas por gênero de valores como coisas materiais, raça, sexo, cultura e outros.  O entendimento mais simples para explicar que os homens são diferentes são detalhes físicos ou sociais. Constatamos isso em nossa sociedade, pois nela existem indivíduos que vivem em absoluta miséria e outros que vivem em mansões rodeadas de bens luxuosos e com mesa repleta de fartura, enquanto a maior parcela de pessoas, que são pobres, nem sequer tem o que comer durante o dia. Por isso vemos que existe a desigualdade social, ela assume feições distintas porque é constituída de um conjunto de elementos econômicos, políticos e culturais próprios de cada sociedade. 


segunda-feira, 1 de maio de 2017

Análise de vídeo #01 : O Emprego




Neste vídeo (veja no link acima) vemos uma crítica bastante original sobre a questão da divisão do trabalho na sociedade, e das formas como podemos encarar a necessidade diária do trabalho para garantir a nossa sobrevivência. Como se distribui o trabalho entre as diferentes partes da sociedade? O trabalho é sempre gratificante para todos os indivíduos na sociedade?

Percebemos no desenrolar do vídeo que o trabalho é apresentado como algo a ser executado sem prazer, mas por obrigação, por necessidade de sobrevivência. Mostra de forma irônica funções simples de objetos representadas por pessoas, nos levando a perceber quanto dependemos do trabalho dos outros indivíduos nos aspectos mais elementares de nossa vida. Ao mesmo tempo, quando inicialmente pensamos que o homem engravatado se destaca por usufruir dos outros indivíduos, o fim do vídeo mostra que não é bem assim.

Aqueles que defendem a constituição de uma nova classe média fazem uma leitura que considera apenas as aparências, sem levar em conta o histórico de desigualdades sociais no Brasil, e divulgam a impressão de que os membros dessa suposta nova classe não estariam mais sujeitos ao desemprego e outras formas de reprodução de vida. O vídeo mostra que mesmo que a classe média pense estar a cima da classe trabalhadora, de uma forma ou de outra, se submete aos preceitos da classe dominante.    

Desta forma, o vídeo representa uma critica as formas contemporâneas de trabalho e emprego, nas quais os indivíduos não se reconhecem enquanto criativos ou produtores de riqueza. Pelo contrário, a submissão de seu esforço a satisfação de outros que lhe são alheios, atividades maçantes e pouco significativas parecem ser a maneira como a narrativa percebe e mostra as modernas condições de trabalho.            



Questão comentada #01


Nós do Pibid Sociologia torcemos pelo sucesso dos estudantes do colégio José Décio.
Com essa imagem da formatura do ano de 2016 começamos aqui uma série de postagens comentando questões e exercícios que possam ajudar os estudantes a compreender melhor os conteúdos da sociologia, e quem sabe possam ajudá-los a se preparar para as provas e concursos que encontrarão pela frente.
Essa questão foi retirada do vestibular de 2010 da Universidade Estadual de Londrina (Uel)

Questão: Ao separar completamente o patrão e o empregado, a grande indústria modificou as relações de trabalho e apartou os membros das famílias, antes que os interesses em conflito conseguissem estabelecer um novo equilíbrio. Se a função da divisão do trabalho falha, a anomia e o perigo da desintegração ameaça todo o corpo social e quando o indivíduo, absorvido por sua tarefa se isola em sua atividade especial, já não percebe os colaboradores que trabalham ao seu lado e na mesma obra, nem sequer tem ideia dessa obra comum.
(DURKHEIM, E. A Divisão Social do Trabalho. Apud QUINTEIRO, T.; BARBOSA, M. L. O.; OLIVEIRA, M. G. M. Toque de Clássicos. Vol 1. Durkheim, Marx e Weber. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2007. p. 91.)

Assinale a alternativa que corretamente define a função moral da divisão do trabalho social segundo E. Durkheim.

a) Ampliar a anomia social.   
b) Estimular o conflito de classes.   
c) Promover a consciência de classe.   
d) Estreitar os laços de solidariedade social.   
e) Reproduzir formas de alienação social.

Gabarito: d

Comentário: 
Quando Durkheim usa a expressão “função moral” ele quer dizer aquilo que gera coesão social, ou seja, aquilo que faz com que os grupos sociais permaneçam unidos, agregados. Desse modo:
a) Anomia social é um estado de desordem, onde as normas não conseguem mais se impor, os indivíduos deixam de se sentir pertencentes ao corpo social, o que pode levar a desagregação do grupo. É justamente o inverso de gerar coesão. Item incorreto.
b) Coesão tem em Durkheim sentido oposto ao de conflito. Então não seria possível que a divisão do trabalho social tivesse função moral de estimulasse conflitos. Item incorreto.
c) A ideia da promoção de uma consciência de classe diz respeito à construção teórica de outro pensador, no caso Karl Marx. Item incorreto.
d) Solidariedade social significa para Durkheim o nível de coesão de um grupo. Se a divisão do trabalho é bem desenvolvida, complexa, os indivíduos se tornam intimamente dependentes do trabalho realizado pelos demais. Essa interdependência (solidariedade) gera um alto grau de coesão social para Durkheim, sendo por esse motivo que a divisão do trabalho tem função moral. Resposta Correta.
e) Alienação social é também um conceito trabalhado por Karl Marx em sua crítica às consequências do modo capitalista de produção, e não corresponde à função moral que Durkheim vê na divisão do trabalho. Item incorreto.
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